segunda-feira, 13 de junho de 2016

TEATRO JORNAL

RELATÓRIO DESCRITIVO DAS ATIVIDADES:

“AS POSSIBILIDADES DO TEATRO JORNAL NAS AULAS DOS PEDAGOGOS” – Com os professores: Silvia Cristina Gomes Nogueira e Naidson Pereira Pires

Augusto Boal: Dramaturgo e político. O “Teatro Jornal” foi uma forma de ação teatral desenvolvida por Augusto Pinto Boal no Teatro de Arena, em São Paulo, no período anterior a sua saída do Brasil por força da ditadura daquele momento. Desde 1956 ele dirigia o teatro de Arena, onde permaneceu por quinze anos consecutivos. Esta técnica pretende que se transforme quaisquer notícias de jornal, ou qualquer outro material sem propósito dramático, em cenas ou ações teatrais.

Viola Spolin: Autora e Diretora de teatro. Proporcionou a maior inovação técnica em relação à improvisação. Na década de 30, trabalhando com Teatro Comunitário em Chicago e tentando estimular as crianças com quem trabalhava, sob a heterogeneidade de cultura dos imigrantes, criou o que hoje pode ser considerado muitos dos exercícios e jogos fundamentais da Improvisação. Apesar da improvisação ser essencialmente um instrumento de um ensaio, mais do que de performance, em uma demonstração pública de seus métodos, ela pediu uma sugestão de seu público, e uma nova técnica nasceu. Desenvolveu jogos que focam na individualidade, criatividade, adaptando e focando o conceito de jogo para destravar a capacidade do indivíduo de auto expressão criativa tendo a ideia de criar uma estrutura flexível para um jogo, em que o diálogo poderia ser improvisado a cada noite. Em 1963 escreve a obra Improvisação para o Teatro, com cerca de 220 exercícios e jogos.

As possibilidades do Teatro Jornal nas aulas dos pedagogos, com jogos teatrais de Augusto Boal (Jogos teatrais) e de Viola Espolin (Sem foco), brilhantemente dirigidos pelos professores convidados pelo Prof. Alípio Leme (Corpo e Movimento), a dupla: Silvia Nogueira e Naidson P. Pires, também palestrantes. Após, foram dirigidas pela dupla algumas técnicas de exercícios de desbloqueio para integração do grupo participante da aula. Após uma pequena pausa, os grupos fizeram exercícios de colocação de voz, começando por cantar uma música sugerida pelos palestrantes. No exercício, os grupos iam baixando a voz até que todos somente mexessem a boca, como uma espécie de mímica musical. Esse exercício proporcionou melhor respiração e entonação de voz. Após esses exercícios, deu-se início às danças variadas, com músicas quentes, como “Podres Poderes” de Caetano Veloso. Enquanto iam tocando as músicas, os grupos formavam figuras na sala, como por exemplo: Quadrado, circulo, reta, curva e etc... Após esse exercício, tocaram outras músicas em que os alunos iam se desligando uns dos outros e, no meio da sala, um aluno se destacava e ditava a coreografia para que todos o acompanhassem. Outro exercício foi sugerido pelo casal, onde, um aluno ficou de frente para o outro e, em fila, todos teriam que passar pelos braços de todos. Só o Prof. Alípio atingiu o Objetivo. Logo após todos esses exercícios, a dupla pediu para os alujos se sentarem, apagou-se as luzes e deu início aos exercícios de relaxamento. Todos os alunos participaram ativamente e o resultado dessa oficina foi positivo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Era a “Semana Acadêmica” na Faculdade Guaianás, e toda a faculdade estava mobilizada. Os alunos, de todos os semestres, estavam apresentando seus trabalhos sobre os mais variados temas culturais exigidos pelos professores. Na sala de aula do 6º semestre de Pedagogia, ia ser apresentada uma atividade da disciplina de “Corpo e Movimento”, ministrada pelo Prof. Alípio. Mas quando entrei na sala, notei que não havia mais do que cinco alunos aguardando pelo professor. E foi ficando esquisito, pois havia uma certa demora na chegada dos outros alunos e o professor também não aparecia. Foi quando decidimos percorrer as salas da faculdade e descobrimos que a palestra da nossa aula havia mudado para a sala 102. 

Ao chegar à palestra, que já havia iniciado há mais de quarenta minutos, encontrei os alunos do 6º Semestre cantando e dançando. Decidi não participar da aula do Prof. Alípio (Corpo e Movimento) que, especialmente, nesta terça-feira, 24 de maio de 2016, era apresentada pelos palestrantes, convidados do Prof. Alípio, Cristina e Naidson. Os palestrantes terminaram aquele aquecimento e imediatamente mudou para outra atividade. Como eu estava mal-humorado, resolvi participar passivamente e fiquei sentado, só observado. A atividade foi tomando conta do ambiente, mas permaneci sentado e calado. Outra atividade foi iniciada e o professor Naidson me chamou para participar, novamente eu não quis. Ele não insistiu, talvez tenha percebido que eu não estava me sentido bem. E outra atividade foi iniciada. 

Ele colocou uma música e dividiu a sala em dois grupos. Olhou para mim e, fez um sinal para eu entrar num grupo. Iniciou essa atividade com o primeiro grupo e, ao terminar, chamou o segundo grupo para participar. Foi quando eu decidi participar, meio sem vontade, mal-humorado e completamente tímido. A música começou a rolar e o grupo passou a imitar tudo que a dupla de professores fazia. Eles se moviam com passes desconexos, sem foco, sem técnica, só dançavam, sem propósito nenhum. Foi aí que eu percebi que era isso mesmo a intenção do exercício. Dançar sem propósito nenhum, apenas dançar e participar, sem exibição, nem técnica. Eu ia apenas repetindo os passos e fui me envolvendo e foi embora todo aquele mal humor, timidez e se tivesse algo mais, acredito que teria desaparecido também. Após as danças e os exercícios finais, tocou uma música com um volume bem baixinho e deu início aos exercícios de relaxamento. Acho até que quero bis dessa aula de Corpo e Movimento. Foi uma atividade sensacional!
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Texto de Álvaro Pensativo

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