E agora, José? Greve ou não-greve?
O Supremo Tribunal Federal admitiu cortes nos salários dos servidores públicos que fizerem greve a partir do ano que vem. Com essa medida, o STF não está desconsiderando o direito de greves legais e sim colocando um limite do que considera abusivo.
É claro que muita gente está adorando a medida do corte nos salários dos servidores, pois, parece que o Supremo está defendendo o direito do povo, em geral, que precisa dos serviços prestados nos estabelecimentos públicos. Essa decisão, com o holofote intenso da Imprensa, repercutiu no país inteiro e provocou divisão e muita discussão por parte da população. Qualquer país sério do mundo respeita seus servidores públicos como profissionais valorosos. Mas aqui, no Brasil, essa categoria que já passa por tantas tribulações na hora de atender o público, em seu cotidiano, pois tem fama de serem preguiçosos, mas isso é falso. Enquanto nos outros países esses profissionais são respeitados ao extremo, pois trabalham em serviços essenciais para o bem-estar da população. E o Judiciário prefere contribuir ainda na desvalorização dos servidores públicos.
Os Servidores Públicos, sempre que houver necessidade, todos os anos fazem paralisações. Mas, é bem verdade, eles nunca ficaram devendo nada para governo nenhum, pois, não há perdão para os dias que eles ficam paralisados. Antes, há sempre uma reposição desses dias não trabalhados.
As negociações, por reivindicações ou manutenção, dos direitos dos Servidores Públicos sempre foram feitas por intermédio dos sindicatos das suas categorias que, às vezes, após as reuniões nas assembleias sindicais, há as decisões por realizarem as greves, ou atos públicos e, com isso, pressionar o Poder Público a atender o que estiver sendo pleiteado pelos profissionais. E, pelo visto, agora, os sindicatos também terão de acrescentar mais esse pleito na pauta de reivindicações, pois parece que isso se sucede por falta de respeito ao funcionalismo público.
Para piorar, diante da "iminente" aprovação da Proposta de Emenda à Constituição, a, tão polêmica, “PEC 55 do Teto dos Gastos” que foi elaborada pela equipe de governo do Presidente Michel Temer, que os políticos oposicionistas denominaram-na de “PEC do Fim do Mundo”, por afirmarem que os investimentos nas áreas da Saúde e da Educação ficarão comprometidos por vinte anos (Essa PEC ainda está em tramitação no Senado Federal, mas a bancada governista está sinalizando que vai aprovar, pois são maioria), surgiram comentários de que, no ano que vem, os Servidores Públicos iriam deflagrar inúmeras greves por todo o país em protesto a tal PEC. Isso explica essa truculência do Supremo Tribunal Federal sobre os servidores. Ele sabe que a quantidade de servidores que discorda do governo é quase uma unanimidade. Com os cortes, é óbvio que a maioria optará por não participar das paralisações para não ter prejuízos financeiros, caso contrário, terão de arcar com os cortes em folha de pagamento e isso causaria uma enorme perda aos seus salários já tão defasados. A impressão que dá é que, realmente, o Supremo Tribunal Federal está se voltando contra os servidores para, dessa forma, tentar garantir a diminuição de greves no país até as próximas eleições presidenciais, protegendo, assim, o atual governo que tem quase 90% de rejeição da população. O Supremo acredita que, quando dói no bolso, faz o povo perder a capacidade de indignar-se. Entretanto, isso também pode surtir efeito contrário divido a atual situação da política brasileira. Os especialistas em política estão dizendo que o atual momento político no Brasil está prestes a explodir a qualquer momento devido os escândalos de corrupção na cúpula governista, a mesma que articulou a saída da Presidente Dilma Rousseff.
Mas, enfim, José, greve ou não-greve?
Os sindicatos dos Servidores Públicos poderiam tentar mudar a tática das reivindicações dos protestos, pois há sempre uma saída para tudo, não é verdade? E, ao invés de decidirem por ato, ou greve, apenas das categorias dos servidores públicos, poderiam unir-se com os sindicatos de todas as outras categorias, para tentar provocar uma Greve Geral contra qualquer decisão considerada polêmica no Supremo Tribunal Federal. Com essa atitude, em grandes proporções, deixaria bem claro quem é que realmente tem o poder de resolver a vida do povo brasileiro. E vale a pena aqui citar o ditado popular que diz: “O povo unido jamais será vencido”.
Continuará havendo greve, sim. A luta continua, companheiro!
_____________________
Texto de Álvaro Pensativo
Nenhum comentário:
Postar um comentário