Filósofa Viviane Mosé |
“Ou criamos uma cidade educativa, ou nós não teremos nem cidade, nem sociedade, muito menos ser humano." Viviane Mosé
Nesta semana eu vi um vídeo de Brasília de uma menina que apanhou da outra menina e ficou com tanto medo que fez até xixi. Fiquei tão incomodado com a gravação que resolvi dar a minha opinião em meu Blog.
Quem viu o vídeo ficou muito irritado. Depois de ler vários depoimentos, resolvi postar o meu. O vídeo foi retirado da internet por ordem judicial, por isso não posso postar o link aqui.
Na gravação, que teve cerca de três minutos, a menina apanhou esse tempo todo de uma outra adolescente com características bem maiores que ela. Apesar da desvantagem física da menina que apanhou, havia uma enorme plateia e ninguém fez nada para impedir, ao contrário, quem assistiu ao vídeo presenciou incentivo em massa da plateia à violência, o que ocasionando aumento na brutalidade. Não havia um adulto sequer por perto para contornar a situação. O vídeo serviu de modelo para que fosse constatado que os nossos adolescentes estão abandonados. O fato é que existem muitos conflitos entre os adolescente, pois, ainda não aprenderam a lutar em prol de algum bem comum. Eles são imaturos, por isso defendem apenas os seus umbigos.
Uma vez eu briguei na escola. Eu não queria brigar, mas a turba se aproximou e começou a me empurrar para cima do oponente, chamando-nos de covardes. O menino, que talvez estivesse na mesma situação que eu, bateu várias vezes contra o meu rosto, mas eu não queria brigar e, por isso, não reagi. Não conseguia fugir da briga por causa da multidão que insistia em me chamar de covarde. Como na gravação que eu vi hoje, ninguém fez nada para evitar também, ao contrário, também incentivaram a violência. Até que, depois de muito tempo apanhando, apareceu um adulto (não sei se era professor ou pai de aluno) e me tirou daquela situação horrível.
Uma vez eu briguei na escola. Eu não queria brigar, mas a turba se aproximou e começou a me empurrar para cima do oponente, chamando-nos de covardes. O menino, que talvez estivesse na mesma situação que eu, bateu várias vezes contra o meu rosto, mas eu não queria brigar e, por isso, não reagi. Não conseguia fugir da briga por causa da multidão que insistia em me chamar de covarde. Como na gravação que eu vi hoje, ninguém fez nada para evitar também, ao contrário, também incentivaram a violência. Até que, depois de muito tempo apanhando, apareceu um adulto (não sei se era professor ou pai de aluno) e me tirou daquela situação horrível.
Enquanto ele dava bronca em todo mundo que estava ali presente, aproveitei para fugir do local. Cheguei à minha casa com o rosto todo machucado. Contei para a minha mãe e ela ficou indignada com a situação, é óbvio. Nos dias seguintes, várias pessoas da família revezaram-se para me levar e me buscar na escola. Até hoje eu não sei o porquê daquela briga. Às vezes os adolescentes brigam sem motivo ou, até mesmo, inventam qualquer coisa só para causar confusão.
É por isso que todos os adolescentes precisam da proteção dos adultos, sejam pais, familiares, professores, educadores, pais de outros alunos e etc. O que acontece de fato é que, na maioria das vezes, os pais matriculam os seus filhos na escola, como se lá fosse um depósito de criança e depois esquecem-se deles. Muitos não comparecem nem nas reuniões ordinárias da escola, que são aquelas que acontecem quatro vezes por ano. Tem até um projeto de lei, tramitando no Congresso, que obrigará os pais a frequentarem as reuniões ordinárias das escolas dos seus filhos. Tem o meu apoio.
Uma Pátria educadora só é possível se houver a participação de toda a sociedade. A responsabilidade de educar os nossos filhos não é apenas das escolas, é de todos. Existem os nossos filhos e os filhos dos outros e devemos proteger a todos. Se alguém fugir dessa responsabilidade, fica uma brecha e depois que esse tipo de violência acontece, vão querer dizer que se fosse com meu filho eu faria isso, se fosse com a minha filha eu faria aquilo e a verdade é que não dá para fazer mais nada. A minha cara ficou inchada naquela época e provavelmente a cara dessa menina também ficou e, tenho certeza que ela vai demorar a esquecer do que aconteceu, inclusive porque fez xixi na roupa e todos ficaram gritando em coro que ela havia feito xixi de covardia. Eu não esqueci a minha história até hoje e olha que na época eu tinha apenas doze anos (Estou com cinquenta, agora).
“Ou criamos uma cidade educativa, ou nós não teremos nem cidade, nem sociedade, muito menos ser humano." Viviane Mosé
______________________
Escrito por Álvaro Pensativo
Nenhum comentário:
Postar um comentário