Encontrei, na rua, uma senhora da Igreja que eu congregava e, como é comum entre a irmandade, fui cumprimentá-la com a paz, entretanto, ao invés de dizer - "A paz" - saiu um "Saravá", acredita nisso? Aquela mulher olhou para mim com uma expressão tão assombrada que parecia ter visto um fantasma - Ela respondeu-me instantaneamente:
- Tá amarrado, em nome de Jesus!
É óbvio que eu não sabia aonde enfiar a minha cara, mas resolvi tentar explicar-me. E talvez não tenha sido uma boa decisão. Acho até que piorei as coisas:
- Desculpe-me, irmã - Eu disse Saravá sem pensar. Na verdade eu gostaria de ter dito: A paz.
E a senhora, com uma insuportável arrogância bíblica e acenando para uma outra irmã que passava do outro lado da calçada, disse-me:
E a senhora, com uma insuportável arrogância bíblica e acenando para uma outra irmã que passava do outro lado da calçada, disse-me:
- A gente só fala daquilo que o coração está cheio!
Pensei naquelas palavras e, então, perguntei se ela sabia o que significava a expressão "Saravá". Ela respondeu que isso era coisa de macumba. Foi aí que eu decidi apelar com ela de vez. Respirei fundo e disparei uma explicação feita com falas rápidas:
- Saravá, irmã, significa que a divindade que habita no meu interior respeita a divindade que habita no seu interior, logo, a senhora estava perfeitamente certa quando disse que a gente só fala daquilo que o coração está cheio. Eu estou com o meu coração completamente cheio de Deus! Passar bem, irmã e, antes que eu me esqueça: Axé!
Ela partiu desconjurada, repetindo por várias vezes a frase:
- Tá amarrado, em nome de Jesus!
Ela partiu desconjurada, repetindo por várias vezes a frase:
- Tá amarrado, em nome de Jesus!
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Texto de Álvaro Pensativo
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