CÉLESTIN FREINET
Nascido na cidade de Gars, em 15 de outubro
de 1896, ao sul da França, Célestin Freinet tornou-se professor primário, mas não
chegou a concluir seus estudos na Escola Normal. Teve que alistar-se no
Exército em 1915. Lutou na Primeira Guerra Mundial, onde participou dos
combates. Só em 1920, iniciaria a carreira de professor, construindo os seus
princípios.
Segundo Freinet, a educação deveria
proporcionar ao aluno a realização de um trabalho real.
Opondo-se à Escola Tradicional, Freinet
pregou a Nova Escola, a partir de uma filosofia mais libertadora, e por isso
mesmo, revolucionária. A Pedagogia de Freinet tem o objetivo de modernizar a
escola. Trata-se de um movimento de luta contra tudo o que existe de
tradicional na escola. A sala de aula, em sua opinião deve ser o lugar onde
professores e alunos discutam conjuntamente os problemas de suas vidas cotidianas.
A pedagogia Freinetiana tem a pretensão de
formar homens mais responsáveis, fazendo-os interagirem-se de forma crítica,
com curiosidade, para dessa forma, contribuírem na transformação da sociedade,
elevando o homem a mais alta dignidade do seu ser através da vivência cidadã. Para
que isso aconteça de fato. Freinet estabelece suas bases em quatro princípios
básicos:
1. A “Cooperação” – permite
desenvolver diálogos entre as crianças e o professor, conversas livres,
conselho de classe, reunião cooperativa, que muda às condições de trabalho de
sala de aula priorizando as responsabilidades e as competências pela
valorização de todos os conflitos, destacando a divisão das responsabilidades
sem competição. É a relação com o outro, ou seja, elaboração das regras de
convívio e de trabalho sem promover a guerra, mostrando que uma pessoa precisa
da outra, exercendo a paz entre as partes no intuito de se tornarem melhores em
grupo, nunca individualmente.
2.
A “Comunicação” – Propicia
uma aprendizagem desde que a criança tenha liberdade de expressar o seu
pensamento em qualquer circunstância. Exemplo: Conversa livre, textos livres,
expressão corporal e artística, conferências, debates...
Para
isso, a atividade não pode ser imposta. Deve ser realmente livre e escolhida
pela criança e organizada tanto individualmente como coletivamente. Desta forma
reduz o peso da atividade transformando-a numa atividade prazerosa, que segundo
Freinet, é o tateamento experimental de risco, antes de introduzir qualquer
proposta. A comunicação contribui para a livre expressão e edificação da
inteligência, sem a pretensão de assimilar o saber. As crianças agem com
segurança, pois perdem o medo de se expressarem em grupo. Nesse sentido, a
leitura é inseparável da escrita, mas essa escrita precisa ser composta por
palavras e frases significativas, e não um conjunto abstrato de sons.
3.
A “Documentação/Registro”, que é o registro da história que se
constrói diariamente, ou seja, tudo o que for dito em sala de aula, precisa ser
documentado. O jornal escolar, o mural, a roda da conversa, a correspondência interescolar,
o livro da vida, o fichário, o álbum da turma e a aula-passeio constituem
algumas das técnicas Freinet. Essas histórias não podem permanecer por muito tempo
se forem esquecidas as anotações das construções passo a passo. O esforço que
se segue é a própria investigação, mediante a discussão e a “invenção coletiva”
das conclusões e dos meios de verificação destes registros (Invenção coletiva
do saber).
4. A “Afetividade” é o elo entre o aluno e o objeto de estudo. Para
Freinet, era uma forma dos alunos fazerem uma leitura do mundo real, não apenas
do livro. Conhecendo uma padaria, por exemplo, onde as crianças eram levadas
para conhecer o padeiro, verem o padeiro fazendo o pão e depois comer o pão
feito pelo padeiro. No sentido delas se sentirem afetadas pelo mundo em sua
volta, o que contribui para a leitura e escrita. Para Freinet, aproximar as crianças
dos fatos da comunidade, podem transformá-las e, assim, motivá-las a mudarem a
sociedade em que vivem.
Os primeiros alunos de Freinet foram os
soldados entrincheirados ao seu lado, na Primeira Guerra, em sua maioria,
analfabetos. Freinet, que era oficial na guerra (porque tinha estudado),
incentivava os soldados analfabetos a aprender a ler e escrever, muitas vezes,
desenhando letras no lodo, ou na areia. Queria que eles aprendessem a escrever
pelo menos o nome, ou uma frase, para que pudessem se comunicar com seus
familiares através de cartas, para dizerem que estavam bem.
Freinet foi gravemente ferido na guerra e a sua
recuperação foi lenta e ficou com problema crônico de saúde, passou a respirar
com dificuldade. Por causa disso, não conseguia falar muitas horas. Criou,
então, uma imprensa dentro da escola e teve seus artigos publicados em vários
jornais do país. Participou de congressos internacionais da “Educação Nova”, entrando
em contato com grandes educadores da sua época, como Ferrière, Claparède, Bovet
e Cousinet. Também leu os clássicos da pedagogia contemporânea. Foi membro
ativo do sindicato e do Partido Comunista, em 1925 visitou a União Soviética. A
essa altura já havia desenvolvido projetos como: Imprensa escolar, Correspondência
interescolar, a Cooperativa escolar e, em nível nacional, a Cooperativa de
Ensino Laico.
Nesse contexto, Freinet já era bastante
conhecido na França e no exterior. O que chamava a atenção eram os textos que os
seus alunos escreviam com espontaneidade, criticando abertamente as pessoas
importantes da cidade. Em 1950, Freinet foi expulso do Partido Comunista, pois
não concordava mais com suas políticas. Sua saída provocou grande agitação
dentro do Movimento, que adquirira importância nacional e internacional. Seus
congressos converteram-se em vivos confrontos pedagógicos por causa da sua
dedicação à causa popular e o senso de justiça social.
Sua pedagogia foi pensada como uma atividade concreta,
vivenciada como “técnicas de vida”, segundo suas próprias palavras, a serviço
da libertação dos homens. Célestin Freinet faleceu em Vence, em 1966.
Obras de Freinet em português publicadas no
Brasil:
“A educação do trabalho”. São Paulo: Martins
Fontes, 1998.
“Ensaio de psicologia sensível”. São Paulo:
Martins Fontes, 1998.
“Para uma escola do povo”. São Paulo: Martins
Fontes, 2001.
“Pedagogia do bom senso”. São Paulo: Martins
Fontes, 2004.
CONCLUSÃO
Para Freinet,
a educação deve proporcionar ao aluno a realização de algo em conjunto, em
cooperação. O professor, sempre que organizar um trabalho, precisa interferir
no aprendizado dos alunos, destacando uma ou outra perspectiva, incentivando-os
a agir em grupo, desde que não se destaque a competição, pois, agindo dessa
maneira, faz com que eles consigam enxergar as necessidades individuais de cada
integrante do grupo.
Exemplo: Se
fizermos um desafio nessa turma do 4º Semestre de Pedagogia, para ver quem
chega primeiro na Xerox do Toninho, o campeão ganhará um mês grátis de cópias.
E começar a contagem: 3, 2, 1... Já! Pode ter certeza que alguém chegará lá em
primeiro lugar, mas como é que ficam as pessoas limitadas? Se houvesse alguém
com deficiência física, certamente, não conseguiria chegar nem na porta de
acesso ao primeiro andar. Seria justa essa competição?
O método que Célestin
Freinet utilizava, certamente capacitava seus alunos a adquirirem as competências
exigidas pelas autoridades da época. Porém esses alunos, além de obterem resultados
nos exames iguais ou melhores do que os alunos de outras escolas, ainda tinham
um diferencial que os destacavam dos demais. Eles cresciam e se tornavam
cidadãos críticos. Quando se ensina um aluno a pensar, está ensinando ele a ser
político. Freinet tinha convicção disso.
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TRABALHO SOBRE: “CÉLESTIN FREINET”
Realizado em Abril de 2015.
Trabalho de Aproveitamento da disciplina “ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO”
Exigido pela Profa. Ms. Edilaine Cesar - 4º Semestre de Pedagogia - UNIESP - FAG - Faculdade Guaianases.
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