sábado, 5 de abril de 2014

"SOBRE O INCONSCIENTE - Sigmund Freud"

Sobre o inconsciente.

Interessados em pesquisar sobre o inconsciente, formulamos três perguntas que tentaremos respondê-las até o término desse trabalho com base no texto de Fábio Herrmann.

Os sonhos realmente estão nos querendo dizer algo?

É possível interpretá-los?

Há realmente o inconsciente?

Segundo Fábio Herrmann, os psicanalistas afirmam que há um “lugar hipotético” de onde originam as emoções. É como se supuséssemos que existe um lugar misterioso na mente das pessoas que tivéssemos que decifrar para poder saber, mas esse lugar é o oposto do pensamento, apesar de funcionarem semelhantemente.

Ele diz que os sonhos, produzem histórias, às vezes distorcidas que parecem que querem nos dizer algo sobre o futuro, como se o interior do homem tentasse dialogar com o seu consciente através de fantasias, as vezes fazendo sentido, as vezes só como uma alegoria sem sentido algum.


Sigmund Freud aos 82 anos de idade, foto de 1938.
Os sonhos realmente estão nos querendo dizer algo?

Sigmund Freud tratava dos sonhos com o princípio de que eles, realmente diziam algo que fazia sentido para nós, mas não exatamente sobre uma previsão para o futuro, mas revelaria um trauma. Ele desenvolveu uma técnica que tomava as partes de um sonho, e fazia com que o sonhador associasse essas partes com ideias e lembranças, com isso, descobriu que havia uma relação com acontecimentos do dia anterior e também associava problemas com algo na infância do sonhador, como um dano emocional ou “trauma”. A palavra sonho, traduzida para o alemão é: träumem ou traum (Fonte: Dicionário Michaelis/Alemão – Português).

Também descobriu algumas regras que apareciam na produção dos sonhos das pessoas: Uma situação ou até mesmo uma pessoa que simbolizava várias figuras entrelaçadas, significando várias coisas ao mesmo tempo. Freud chamou isso de “Condensação”. O sonho, as vezes dá importância emocional maior a certos elementos, mas, que depois se revelarão inferiores. A esse processo, ele chama de “deslocamento”. Um pequeno detalhe não deve passar despercebido pelo psicanalista examinador, pois pode ser o elo fundamental da interpretação do sonho.

Então, é possível interpretar os sonhos?

Para Freud e para os psicanalistas, sim, pois, para eles, todo sonho é uma tentativa de realização de um desejo incrustado/reprimido pelo consciente. O sonho sempre vai representar uma realização do desejo apresentado no consciente. Como foi no caso de Ana O., uma paciente do Dr. Josef Breuer. Ela sofria de paralisia, inibições e tinha dificuldade de pensar. Ela passou a desenvolver esses sintomas logo após o seu pai ficar enfermo e precisar dos seus cuidados em tempo integral. Por ela ter ficado muito tempo atarefada com a doença do pai, ela anulou a sua vida particular e por conta disso, começou a sentir um desejo interno de que seu pai deveria morrer. Mas, como ela reprimiu esse desejo “maluco”, esses sentimentos, então foram substituídos, aflorando no seu corpo físico essas enfermidades psicológicas.

Acordada, Ana O. não conseguia dar nenhuma pista do fundamento dessas enfermidades que refletia no corpo físico. O Dr. Breuer a hipnotizou, e então, numa espécie de transe, ela conseguiu relatar a origem traumática de cada um desses males que estavam no interior da sua mente, e não no corpo, pois, após ser liberta da prisão interior ela conseguiu retornar à sua forma saudável, eliminando através da liberação dos afetos e das emoções ruins, ligadas a convivência dolorosa em ocasião da doença do pai. Essa liberação de afetos e emoções, Breuer denominou de “método catártico”, pois isso faz com que a pessoa reviva o que aconteceu no passado e isso lhe promove um alívio.

Freud também usou a hipnose catarse para obter histórias da origem dos sintomas dos pacientes, mas depois abandonou essa prática, pois nem todos os pacientes eram hipnotizáveis. Estabeleceu a técnica de “concentração” trabalhando com a memória dos pacientes, numa espécie de “conversação normal”, com perguntas e respostas, passando, logo depois descobriu que o melhor que tinha a fazer era apenas ouvir os pacientes. Ele chamou esse processo de “associação livre”.

Mas, e então, há realmente o inconsciente?

Freud questionava, qual seria a causa dos pacientes esquecerem tantos fatos? Então passou a perceber que o que os pacientes esqueciam, era sempre algo dolorido ao sujeito e era sempre algo relacionado com perdas.

Com a associação livre que ele fazia com seus pacientes, deixando-os falar espontaneamente, ele passou a perceber que muitos deles ficavam embaraçados, envergonhados, havia um certo bloqueio para revelar os seus pensamentos, uma oposição inconsciente por parte do sujeito submetido à analise. Ele chamou isso de “resistência”.

Notou também, um processo de exclusão consciente por parte do sujeito, fazendo desaparecer na sua narrativa, fatos dolorosos e desagradáveis que estão localizados justamente na origem desses sintomas. Freud chamou esse ato de “repressão”, mostrando que realmente há o inconsciente, muitas vezes repleto de traumas que as vezes se manifestam nos sonhos, nos atos falhos e no lapso.

No inconsciente, segundo Freud, está o “conjunto dos conteúdos não presentes no campo atual da consciência”. Está guardado no interior da consciência, num local de conteúdos reprimidos que não chegam ao consciente por causa da ação de censuras internas, conscientes ou inconscientes. Freud diz que esse inconsciente é um sistema do aparelho psíquico regido por sua próprias leis sem distinguir a diferença entre o que é passado ou presente.

Diante disso, é preciso entender que o inconsciente é como um sistema lógico da mente humana, onde só podemos conhecer, realmente, através da interpretação feita pela psicanálise.
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Referências:

  • Texto complementar localizado nas páginas 24 e 25, escrito por: Fábio Herrmann, O que é Psicanálise (São Paulo, Abril Cultural/Brasiliense, 1984. Coleção Primeiros Passos.
  • Dicionário Michaelis/Alemão – Português


Trabalho de Aproveitamento da disciplina “Estudos das Relações Humanas” -  Exigido pelo Prof.º Edson Ortiz.



____________É ISSO AÍ... (OUTRA  MANEIRA  DE  DIZER  AMÉM)______________


Escrito em 2 de abril de 2014.

Texto de: Álvaro João dos Santos
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