quinta-feira, 27 de novembro de 2014

"A IRA DE UM CIDADÃO"


imagem da internet

"A IRA DE UM CIDADÃO". 



Há um sentimento apertado dentro do peito de mais um cidadão brasileiro humilhado pelo sistema. Um suprimido sentimento de desvalor existencial, íntimo, caído, mais um refém sequestrado de seus direitos, mas ainda assim, um voluntário para tentar prosseguir e viver a vida amarga e quase insignificante. Ele só deixa transparecer no topo essa sensação de insignificância, o gosto choco da impotência social. Um desejo de vingança, de incentivar depredações ao patrimônio público e defender quem tem coragem de irritar-se a todo custo. 
- "Eles não têm o direito de oprimirem um cidadão, não dessa maneira! É o cidadão que lhes paga" - Desabafa o pobre cidadão. 
Para viver em sociedade, o homem precisa correr como quem corre uma maratona. Um cidadão, necessariamente, precisa da ajuda do outro para vencer. Mas para vencer esse sistema controlado pela elite, só é possível se cumprir as suas leis. Dessa vez, foi a filha do cidadão que o ajudou a respirar sobre a sua própria ira. Ela saldou a sua dívida, mas não saldou a ira do cidadão. Antes, foi mais uma dose de opressão aplicada sobre a conta de luz da família para mostrar quem é que manda nesse país. Sim, quem manda são eles, os dominadores. 
- "Eles não deveriam ter o controle das coisas do Criador, para subjugar-nos assim" – Mais outra fala angustiada do cidadão, que continua a resmungar: - "Sem energia elétrica, uma família já não pode mais viver, ou então, só há de prestar se vier a falência moral do chefe de família" - Desejou a morte!

É verdade! Eles controlam o Estado, mas também a dignidade do cidadão, sua razão de viver, pois o dinheiro? Nem sempre é possível ter dinheiro o mês inteiro. Agora, a ira? Essa sim está disponível em abundância na vida do cidadão, pois só o cidadão tem obrigações a cumprir sem poder transgredir nunca! E já não pode ver a sua família nas trevas, tendo que acender velas, tomar banho gelado. Seus filhos, parentes e vizinhos crucificariam o cidadão, pai de família que certamente viveria um "dia de cão" se não religasse a luz. Essa é a sua gestão familiar e precisa cumprir calado até a morte, como uma ovelha, rumo ao matadouro. Agora ele entende a melodia silenciosa de Jesus Cristo, carregando, "quase em vão", sua cruz pesada, rumo ao Calvário. 

Quando vir passar um homem irado pela rua, tente entendê-lo antes de julgá-lo. Agora você conhece um pedaço da história de um cidadão e está tudo tão transparente: É que, por muitas dessas intolerâncias de cima para baixo, forma-se uma ferida crescida no coração do cidadão e depois ainda ferem por cima de novo, e de novo, até nunca mais cicatrizar. Nem assim o cidadão poderá desistir, só indignar-se. O sistema sempre vence!
Não transgrida nunca! Pague suas taxas, pague ao “flanelinha” e estacione o seu carro na via pública, pague a propina da autoescola e aprenda a dirigir dirigindo sozinho, pague o dízimo da igreja e trabalhe, pague tudo e não procure receber nada em troca. Não transgrida nunca! Pague o que lhe cobrarem sempre! Caso queira ter vida tranquila, cumpra todas as leis do sistema e viva intranquilo. Não queira nunca ser um transgressor. Cumpra as leis que foram feitas somente para oprimir o cidadão. Farão do cidadão o modelo para que essas leis continuem funcionando. Eles prometem proteção, mas quem vive sob proteção são eles. Desfilam-na, vez ou outra, com seus helicópteros, carros importados e blindados, jatinhos, aviões, lanchas, iates, jet-ski. Eles são a Classe Dominante!

imagem da internet

Não é de agora que a opressão está em todos os segmentos da Sociedade. Os donos do sistema têm poder para enviarem os malvados alienados para praticarem maldades ao cidadão, e, sem lhe perguntar, sem lhe dar chance de explicar. Aplicam a lei que eles inventaram justamente para subjugá-los e com apenas um alicate na mão, cortam o fio capitalista do relógio medidor e dão de ombros, como se tivessem cumprido o seus deveres de cidadãos. Não há pensamento neles, não há patriotismo neles, nem solidariedade ao homem de bem. Cumprem o dever criado para eles cumprirem e saem tranquilos, sem perceberem que fizeram mais uma sujeira à serviço da classe dominante. Logo, logo, a carne vai descongelar no congelador escuro, o leite vai azedar, os ovos, o feijão e o arroz cozidos vão estragar, o remédio vai vencer, não haverá televisão ligada na sala, nem o computador será ligado, as velas serão acesas, e o sangue do cidadão vai ferver, e a ira vai aumentar, mas, ninguém está nem aí para o cidadão.
Eles querem enfraquecer a família até ter a chance de poder subjugá-la e taxá-la até o limite da sua honra. Contudo, mesmo bombardeada, mesmo sendo enviada para a bastilha inexpugnável da humilhação, ela continua unida e tenta impedir que o sistema dominante triunfe. Empresta-lhe o dinheiro para o pagamento da taxa e consolida a inútil ira do cidadão, adiando-a para o próximo mês. - "Poderia ter sido bem pior se o motivo pela falta de pagamento da taxa fosse por desemprego" - Comenta a esposa do cidadão. Mas, não o foi dessa vez!
_______________
Onofre W. Johnson
Escrito em 24/11/2014

>>>>>>>  COMPARTILHE <<<<<<<

Nenhum comentário:

Postar um comentário