domingo, 27 de outubro de 2013

"DESIGUALDADE SOCIAL - PARTE II - Texto refeito"



SEMINÁRIO DE SOCIOLOGIA
realizado em 25/10/2013

Antônio Gramsci 1891-1937

Texto refeito*:

Esse texto exibe resultados parciais sobre Gramsci e educação. Como fundador do Partido Comunista Italiano, estabeleceu uma unidade entre teoria e prática de Carl Marx, analisando que Marx tem uma concepção global do mundo para revigorar e transformar a sociedade através da imposição da “hegemonia”, conceito que fundamenta o pensamento de Gramsci. Por causa de sua ideias, foi preso e condenado a mais de vinte anos de prisão, onde escreveu 32 cadernos denominados, “Cartas do cárcere”. 

Olhando para essa desigualdade social, recorrente em nossos dias atuais, a Organização das Nações Unidas (ONU), pontua o Brasil com o terceiro pior índice de desigualdade no mundo. Com relação à distância que há entre pobres e ricos o Brasil empata com o Equador ficando atrás de Bolívia, Haiti, Madagáscar, Camarões, Tailândia e África do Sul. Segundo a ONU, se pegar como exemplo, um brasileiro que está na faixa mais pobre, ele teria que guardar tudo o que ganha durante três anos e quatro meses para chegar à renda mensal de um da faixa mais rica. Os pobres são dominados pela classe empregadora, e é claro que muita gente fica de fora, pois os ricos sempre se organizam e chegam à frente de todos. E agora, podemos dizer que a Sociedade está “doente”, e o que poderia curá-la? Recorremos à Sociologia, pois, pensadores como Gramsci trouxeram esperança real para um povo tão sofrido.

Antônio Gramsci começou sua vida sofrida nos campos de plantação na Sardenha, Itália, vivenciou uma situação difícil, pois o duro trabalho da foice (Campo) o lança a valorizar a vida e o trabalho do martelo (operariado). O que o fez analisar Marx, levando suas teorias a várias camadas da sociedade com o objetivo de converter em "norma de conduta" de vida para propiciar a concretização de uma "reforma intelectual e moral” indicando, portanto a concepção de uma “vontade coletiva” inspirada na solidariedade, extinguindo ou estreitando as diferenças sociais. A escola, para Gramsci possuía suma importância, pois seria a principal formadora de intelectuais. Propôs a “escola unitária” centrada na ideia de liberdade para que possam educar as massas, fazendo uma escola para todos e não somente para a elite. E é dentro desse raciocínio que Gramsci discute a organização de “escola humanista” acessível para o proletariado e não somente voltada para áreas técnicas e profissionais. Ele diz: 

“Escola que não hipoteque o futuro do jovem e não constranja a sua vontade, a sua inteligência, a sua consciência em formação a mover-se dentro de um trilho com direção pré-fixada. Uma escola de liberdade e de livre iniciativa e não uma escola de escravidão e mecanicidade”. (GRAMSCI, 1975, p. 82).

Enfim, Gramsci entende a desigualdade como uma grande injustiça social e se revolta contra o sistema preconceituoso difundido pela burguesia, se tornando dirigente espiritual das massas operárias italianas, para posteriormente, fundar o Partido Comunista. 

As suas preocupações com a educação de seus filhos e sobrinha, contribuíram para despertar nele a sua revolta contra o capitalismo fascista* de Mussolini. 

Em 1924, de Viena escreve a Júlia, sua esposa: 

"Eu fui acostumado pela vida solitária, que vivi desde a infância, a esconder as minhas emoções atrás de uma máscara de dureza ou atrás de um sorriso irônico (...). Isso me fez mal: por muito tempo as minhas relações com os outros foram alguma coisa de enormemente complicado, uma multiplicação ou uma divisão por sete de todo sentimento real, para evitar que os outros entendessem o que eu realmente sentia. O que foi que me impediu de me tornar uma bandeira, pois cresci com um extremo instinto da revolta, que quando era criança era contra os ricos porque eu não podia estudar, eu que havia tirado 10 em todas as disciplinas nas escolas elementares, enquanto iam estudar o filho do açougueiro, do farmacêutico, do comerciante de tecidos. Essa revolta se dilatou para todos os ricos que oprimiam os camponeses da Sardenha e eu pensava então que precisava lutar pela independência nacional da região: "ao mar aos continentais!" quantas vezes repeti essas palavras. Depois conheci a classe operária de uma cidade industrial e compreendi o que realmente significavam as coisas de Marx que havia lido antes por curiosidade intelectual. Me apaixonei assim pela vida, pela luta, pela classe operária." (in Santucci, 26-27)

E nós, o que podemos fazer? É preciso eleger políticos comprometidos em diminuir a distância discrepante das classes sociais e que, como Gramsci, vejam que a Educação é o que existe de mais moderno para formarem não só técnicos, mas também artistas, professores, mestres, doutores, PhDs e etc. dando condições iguais às pessoas de realizarem o que quiserem sem serem obrigadas a se “conformarem” por serem nascidas com sorte ou azar de pertencer a uma ou outra classe social.

*Antifascista (contra a ditadura de Mussolini), foi preso em 1926, condenado a vinte anos de prisão - na cadeia, escreveu 32 cadernos, denominados "Carta do Cárcere". Foi um dos fundadores do Partido Comunista Italiano, criticou o elitismo dos intelectuais e exerceu profunda influência sobre o pensamento marxista. Depois de dois anos na União Soviética, voltou para a Itália e elegeu-se deputado. E mesmo sendo deputado do parlamento italiano, ou seja, apesar de sua imunidade parlamentar, foi preso e condenado a vinte anos de prisão, permanecendo preso até bem próximo de sua morte. Na prisão foi torturado violentamente, pois queriam que ele pedisse clemência e assim fariam calar a suas prerrogativas. 
"Devemos impedir a este cérebro de funcionar". (Frase atribuída ao Juiz que o condenou a pedido de Mussolini). Todos os seus escritos foram salvos pela sua cunhada que interagiu com Gramsci todos esses anos na prisão.

Acorda Brasil...
"Se um pobre-lascado passar pela barreira do ensino básico, prestar vestibular USP e passar em 1º lugar, se formar com destaque no primeiro lugar da turma de Direito deixando pra trás todos os granfinos, depois passar em primeiro lugar na OAB, e se formar juiz, se ele defender a classe dominante, tudo isso foi em vão!!!"
Onofre Johnson

*Trabalho de Aproveitamento da disciplina Sociologia da Educação exigida pelo Prof. Nestor José Guerra, da Faculdade Guaianás. O primeiro texto foi rejeitado pelo professor Nestor, por isso a razão desse texto final ou como eu chamei de "Texto refeito".
Texto de Álvaro João dos Santos


 REFERÊNCIA
 RODRÍGUEZ, Margarita Victoria; SILVA, Cristina Beatriz Paranhos; SALGADO, Edna; NEVES, Mariza Helena S. Ribeiro. Gramsci e Educação. Revista Profissão Docente, Uberaba, v. 2, n. 5, p. 1-26, maio/ago. 2002. Disponível em: <http://www.revistas.uniube.br/index.php/rpd/article/view/51/46>. Acesso em: 15 set. 2013.

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