Sobre o mito da caverna de Platão:
Na reflexão sobre o texto, segundo Marilena Chauí, “Platão acreditava que, por meio do conhecimento, seria possível controlar os instintos, como a ganância e a violência”. Na caverna de Platão, seus habitantes estão restritos a perceber a vida somente olhando as sombras e ouvindo o som das vozes. Eles estão amarrados, o campo de visão deles é praticamente nulo. Tudo foi reduzido a apenas sombras e vozes e eles tinham que acreditar que essas coisas eram assim mesmo. Ninguém queria correr o risco e escapar para ver o que havia lá fora. O real e o verdadeiro, para eles, era exatamente isso que estavam vendo, deixando o “restante” para o campo das ideias. E nem poderia ser diferente, pois se alguém fosse lá para fora, certamente não voltaria, porque talvez ninguém teria ido lá fora da caverna. Seria como alguém que morre e depois volta para dizer como que é estar lá do outro lado da morte. Quem vai acreditar que isso realmente se passou?
Na Pedagogia, o que há para ser ensinado através do mito da caverna? Que é preciso sair da caverna da ignorância e descobrir que a classe da elite domina sobre os pobres? Qual a importância disso? Isso vai mudar a história do povo dominado? O que é fácil perceber é a discrepância enorme que há na educação dos ricos com relação à educação dos pobres. Suas escolas são bem melhores e mais caras. Talvez a elite queira mesmo que o povo assalariado permaneça na caverna do Platão. É difícil enxergar alguém dessa classe querendo ajudar. Existe amor ao próximo nessa área? E se alguém conseguisse sair da caverna da ignorância, retornaria para contar as boas novas aos seus companheiros? E mesmo que conseguisse contar, alguém acreditaria nele? Um professor tem poder para contar o que se passa fora da caverna para os seus alunos? Quem está na caverna da ignorância, afinal? A história se repete sempre. Quem vai fazer a revolução? O Estado está do lado da elite. O poder político e armado é manipulado pela elite. Tantos já morreram! Suas famílias foram exterminadas ou ameaçadas de morte, por causa dessas boas novas.
O Mito segundo os evangélicos:
E por falar em boas novas, esse termo significa evangelho, ou seja: pregar as boas novas é o mesmo que pregar o evangelho. Voltar à caverna não é o mesmo que sair para pregar que Jesus Cristo salva, batiza com o Espírito Santo, cura e voltará para conduzir o seu povo para a “Glória” (Nova Jerusalém, com governo de Deus)? Por isso “herói”, só Jesus Cristo de Nazaré foi e mesmo assim, foi rejeitado por muitos e aceito por poucos, sendo morto pelo mesmo povo que ele queria libertar. Vez em quando, os crentes saem da igreja e vão para o lado de fora para falar sobre esse fato considerado “boas novas” que já faz mais de dois mil anos que se passou. Eles saem sorridentes e muitos voltam entristecidos por se sentirem rejeitados pelos viciados, mulherengos e perdidos lhes cochichando aos ouvidos lhes dizendo:
- Tem algo errado acontecendo, estão enganando vocês!
E, acrescentam:
- Acordem seus crentes alienados, parem de dar o seu dinheiro para o pastores.
Enquanto isso, a História vai se repetindo por muitos e muitos anos...
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*Onofre W. Johnson, escrito em 29/09/2013
*Este texto é relativo ao Trabalho de aproveitamento da disciplina Filosofia da Educação exigida pelo Prof. Edson Ortiz.
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domingo, 29 de setembro de 2013
"MITO DA CAVERNA DE PLATÃO NA PEDAGOGIA"
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